quinta-feira, 4 de março de 2010

RELENDO SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN (II)

Confundindo os seus cabelos com os cabelos do vento, têm o corpo feliz de ser tão seu e tão denso em plena liberdade.

Lançam os braços pela praia fora e a brancura dos seus pulsos penetra nas espumas.

Passam aves de asas agudas e a curva dos seus olhos prolonga o interminável rastro no céu branco.

Com a boca colada ao horizonte aspiram longamente a virgindade de um mundo que nasceu.

O extremo dos seus dedos toca o cimo de delícia e vertigem onde o ar acaba e começa.

E aos seus ombros cola-se uma alga, feliz de ser tão verde.

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