Nervuras na folha, inscrições; imprecisas cifras
de nuvens,
étoiles, epitélios:
tudo é número.
(Sou o tempo, disse-me
com lábios
de sal, ao encantar-se
em labirinto.)
* * *
Rastro de noites que se fundem em palavras
como jogos marsupiais;
piscina selvagem onde recolho
os despojos de meu rosto.
* * *
Seria
o movimento
da memória
erigindo arquiteturas
de pele
em cada cena
vívida?
* * *
Tempo talvez
de reconfigurações?
* * *
Música, libações, dança, dança, dança.
Palavra jaguar este olho vertigem olho vértice olho vértebra —
desarvora o limo
palavra de vãos ventre voz
passos no limiar da voz
pássaros ao inverso
do vento.
* * *
Seria
uma refabulação
de prováveis?
— Desventra noite garganta pelugem febre figuras de voz.
* * *
Porque a palavra jaguar
vertigem
vértice
vértebra
voz.
* * *
Expandidas em múltiplas variações plásticas musicais inflamam a fibra da fábula.
* * *
Hipotéticas linhas de mandala cores aéreas quatro caminhos
caranguejo em galáxia noire
laborando
prismas.
Distância.
Realinhamentos.
* * *
Dodecaedro do scorpio:
universo de saliências
e suas revoluções.
segunda-feira, 8 de março de 2010
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