terça-feira, 9 de março de 2010

DO CADERNO DE ESTUDOS (II)

Passos transfigurados em papoulas
e pupilas.

Qual desmesura
da anfíbia superfície?

Que alfabeto de poros
nessa esfera cúbica?

Em que tempo essa imagem
tatuou-te de ocelos?

Quais fraturas,
Que nós de água desatados?

No inverno
branco e atonal,

calêndulas e nardos
inventam seu próprio
mapa-múndi.

* * *

Exílios na pele; palavras subtraem cérberos;
estrela semovente ou
espectro
de uma voz;
cegante, replicante,
irrompe em rubro; retráteis
ecos dessa voz — fera
rompante.

(Voz-galatéia:
tão distante
e ubíqua
me retém.)

Minha pátria foi essa voz.


* * *

Voz já sem eco, só
visões de mescalina;

Minha pátria, o silêncio

— imagem desfocada
ou oblívio —
no transmutar-se em água.

(Um jogo de
decapitações:

extravio dos prováveis,
sem desfibrar a
rocha.)

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