Passos transfigurados em papoulas
e pupilas.
Qual desmesura
da anfíbia superfície?
Que alfabeto de poros
nessa esfera cúbica?
Em que tempo essa imagem
tatuou-te de ocelos?
Quais fraturas,
Que nós de água desatados?
No inverno
branco e atonal,
calêndulas e nardos
inventam seu próprio
mapa-múndi.
* * *
Exílios na pele; palavras subtraem cérberos;
estrela semovente ou
espectro
de uma voz;
cegante, replicante,
irrompe em rubro; retráteis
ecos dessa voz — fera
rompante.
(Voz-galatéia:
tão distante
e ubíqua
me retém.)
Minha pátria foi essa voz.
* * *
Voz já sem eco, só
visões de mescalina;
Minha pátria, o silêncio
— imagem desfocada
ou oblívio —
no transmutar-se em água.
(Um jogo de
decapitações:
extravio dos prováveis,
sem desfibrar a
rocha.)
terça-feira, 9 de março de 2010
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