quarta-feira, 28 de março de 2018

BRASIL, UMA DITADURA



Cinco jovens foram assassinados neste domingo pela Polícia Militar em Maricá (RJ), no condomínio "Carlos Marighella" de um conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida: Patrick e Matheus Baraúna (16 anos), Marco (17 anos), Matheus Bittencourt (18 anos) e Savio de Oliveira (20 anos). Dois dos rapazes eram militantes da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao PCdoB.

Eles eram ativistas e lideranças locais que atuavam em projetos culturais que serviam como alternativa para a juventude pobre e negra de Maricá. Somente nos três primeiros meses deste ano, 150 pessoas foram assassinadas no Rio de Janeiro pela Polícia Militar. O que acontece nos bairros de periferia e comunidades das grandes cidades brasileiras não é combate ao crime, mas uma política de extermínio da juventude pobre e negra por um estado burguês racista e autoritário.

Enquanto isso, no Pará, o padre Amaro, liderança da Comissão Pastoral da Terra e substituto da Irmã Dorothy, é preso e encaminhado para o mesmo presídio onde está o mandante do assassinato da própria Irmã Dorothy.

Para culminar, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, líder operário e fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), sofre atentado a bala ontem durante sua caravana pelo Sul do país, realizado por pistoleiros à soldo do latifúndio e com a cumplicidade da Polícia Militar. Lula, candidato favorito às hipotéticas eleições presidenciais de 2018, pode ser preso em abril em um processo judicial fraudulento, a partir de acusações sem provas.  

O atual governo brasileiro, ilegítimo, fruto do golpe de estado de 2016, promovido pela imprensa e pelo Judiciário, com apoio da reacionária classe média brasileira, caminha, a passos largos, para a implantação de um nova ditadura, nos moldes daquela de 1964, apoiada pela mesma classe média.