Daniel Boone e seu amigo índio lutam contra a panelinha da Inimigo Rumor nos concursos da Petrobrás e nas resenhas da Folha de S. Paulo.
terça-feira, 9 de março de 2010
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"Só o raro me interessa, na era da banalidade"
Caros, não se trata de implicância, nem de mera divergência estética ou conceitual: acho GRAVÍSSIMO que apenas um grupinho detenha o monopólio na crítica literária dos jornais e nos concursos que envolvem dinheiro público, como o da Petrobrás, além da forte influência na universidade e nos meios editoriais. Está sendo criado um establishment monolítico que promove apenas os seus membros e boicota os demais. Quem perde com isso é a literatura brasileira, pois a diversidade de vozes e visões é deixada à margem pela ditadura banalizante do Pensamento Único, à la George Orwell. Está na hora de organizarmos a guerrilha. Abaixo a autocracia poética!
ResponderExcluirCláudio, concordo plenamente contigo. Mas como você mesmo já disse, deixemos que o tempo separe o joio do trigo. Quanto à Folha de São Paulo, que está parecendo baile de debutantes semivirgens, deixe que Frank Zappa se encarregue disso: "O jornalismo é feito por pessoas que não sabem escrever, entrevistando pessoas que não sabem falar, para pessoas que não sabem ler." Talvez não devemos ser tão radicais, muito menos generalizar, mas essa poesia de apartamento de classe média não chegará à maioridade. Aguardemos Micheliny!Abraços!!!
ResponderExcluirTenho alma de poeta. Dou força, se precisar. Concordo com tudo qu escreveu.
ResponderExcluirCaros Wilson e Rose, grato! A frase do Frank Zappa é mesmo genial. Eu sei que fazer uma crítica direta como essa, à queima-roupa, pode pode parecer agressiva, mas penso o seguinte: há um establishment na universidade, nos jornais, nos concursos, em certas editoras, controlado pela Inimigo
ResponderExcluirRumor (nenhum de nós duvida disso), e esse establishment está criando um suposto cânone, já adotado em antologias e cursos universitários, formado por autores medianos, de escassa qualidade literária, mas boas relações políticas, como Heitor Ferraz, Fábio Weintraub, Ricardo Domeneck ou Angélica Freitas, entre outros. Há jovens estudando esses autores na USP, como sendo os "mais representativos" da poesia atual, enquanto nomes muito mais inventivos e consistentes, como Simone Homem de Mello, Adriana Zapparoli, André Dick, Virna Teixeira e tantos outros são boicotados e silenciados. O que fazer, frente a uma ditadura? Simplesmente silenciar, e esperar que o tempo separe o joio do trigo, daqui a 50 anos? Sinceramente, acho que não.
Penso que precisamos resistir agora, fazendo nossas antologias, cursos, eventos, artigos, ensaios sobre poesia contemporânea, e, por vezes, polemizando também, para quebrar a impressão do consenso, veiculada pela mídia. Vamos mostrar que não há consenso em torno desse canonezinho medíocre, ao rés do chão. Creio que nossa tarefa é introduzir o ruído, a dissonância, a contestação. Abaixo a ditadura!
Abraços,
CD
É um rodízio dos mesmos nomes nos artigos de jornal e nos prêmios: petrobrás, pac... Eles se revezam entre júri e contemplados...
ResponderExcluirSim, há um rodízio entre os mesmos nomes... até dá para prever quais serão os vencedores no próximo concurso da Petrobrás... é sempre a mesma patota, inclusive nos PACs... já era assim nos concursos da Fundação Vitae. O pior é que isto se faz com dinheiro público, em benefício de uma única panelinha.
ResponderExcluirUma solução é promover concursos sérios, cujo corpo de jurados aponte não só os méritos dos vencedores como também o que deve ser repelido na poesia. Isto também cria vertentes. A conferência rigorosa de "prêmios" aos vencedores - que os mereçam por mérito, não por propaganda - lava a alma dos justos, pois causa a (real) impressão de que poetas de verdade têm lugar no mundo. Talvez tenha chegado o tempo de rastrearmos os verdadeiros poetas e lhes dar os ouvidos que muitos lhes têm negado. Forte abraço!
ResponderExcluirCaro Wilson, pois é, quando Marcos Siscar é jurado num concurso da Petrobrás e Carlito Azevedo concorre e ganha o prêmio, isso desmoraliza a instituição, já que os dois são amigos e editam a mesma revista, além de se auto-elogiarem publicamente. Um concurso sério, a meu ver, deveria ter, no júri, representantes das mais diversas tendências de opinião, caso contrário, o mesmo grupo ganha sempre. Infelizmente, é o que acontece hoje.
ResponderExcluirEis abaixo um poema de Angélica Freitas, protegida de Carlito Azevedo, que ganhou o último concurso da Petrobrás (dinheiro público). O poema fala por si mesmo e dispensa comentários.
ResponderExcluirum patinho de borracha
& uma jujuba azul*
um patinho de borracha
quá quá
amarelinho com mofo
esquecido numa banheira
quá quá
de uma casa para alugar
se sente tão sozinho
quá quá
se ao menos ele soubesse
que debaixo do sofá
quá quá
descansa esquecida
uma linda jujuba azul
uma jujuba sabor anis
uma jujuba que ninguém quis
um patinho de borracha
quá quá
que ninguém quis levar
uma jujuba azul
zul zul
que ninguém quis chupar
:-O!
ResponderExcluirJesus, tô bege!
Claudio: com atraso vejo sua indignação contra um grupelho de poetas que se encastelaram em lugares chaves e não deixam passar ninguém que não seja da patota. A história se repete, com outros personagens - alguns continuam os mesmos. Vejo isso desde os anos 80. O pior é que são chatos pra cacete. Abraços cumplice.
ResponderExcluirAdemir, agradeço pela mensagem! Sim, esta situação já encheu o saco e a gente precisa botar a boca no trombone... tem muitos poetas talentosos por aí que não conseguem publicar um livro, ou que não merecem uma simples resenha de duas laudas, enquanto a patota fica com todo o espaço para ela... não é possível que isso dure para sempre... e concordo contigo, o pior de tudo é que essa tchurma é chata pra cacete... o abraço comparsa do
ResponderExcluirClaudio
É, aqui dá pra perguntar, literalmente, "Quem paga o pato?"...
ResponderExcluirMarceli, somos nós que pagamos o pato e a jujuba, já que o prêmio foi dado com dinheiro público.
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