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Passa no coração uma agulha
o que é uma elipse antiga.
Algo que poisasse os pés junto
a mim. Túmulo que se fechasse.
Os trinados no fim do canto.
Um choro mais terrível
do que a morte. Corre em espiral.
Cai como um tampo. Não é líquido.
São torrões de terra. Um após
o outro. Não suporto esta imagem
transposta. Quero ser real.
Molhar os olhos em vez de
os transformar. Desconhecer
para sempre o pensamento.
Ignorar as pedras que me fazem
assemelhar a si lágrimas.
Passam as esporas das aves
à superfície. Linhas
de que não tolero a dor.
Estar a ser algo no chão.
Pisar-me. Não saber quem
é o sujeito. Destruição breve.
Dou as palavras que conheço.
(Do livro Área Branca, 1978)
sábado, 12 de junho de 2010
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