quarta-feira, 14 de julho de 2010

UM POEMA DE W. B. YEATS


SEGUNDA TRÓIA

Por que hei de a censurar por ter-me enchido os dias
De miséria, ou por ter em horas não distantes
Ensinado a violência a homens ignorantes
Ou lançado as pequenas ruas contra as grandes,

Tivessem a bravura igual à aspiração?
Como traria ela paz com sua mente
Que a nobreza fez simples, simples como o fogo,
Com uma beleza de arco tenso, uma versão

Que não é natural em tempo como o nosso,
Por isolada e alta e austera e singular?
Que poderia ela ter feito, sendo o que é?
Havia nova Tróia para ela queimar?

Tradução: Péricles Eugênio da Silva Ramos

8 comentários:

  1. Hilton14.7.10

    Um gigante da poesia do século XX! Parabéns!

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  2. Hilton14.7.10

    O que acha da tradução desse poema feita pelo Nelson Ascher?

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  3. Caro Hilton, acho que as duas traduções, a do Péricles e a do Ascher, tem pontos altos e baixos; nenhuma das duas se equipara ao original. W. B. Yeats é muito difícil de traduzir, embora seu vocabulário não seja rebuscado; gosto das versões que Augusto de Campos fez do poeta irlandês, no livro Linguaviagem. Há braços,

    CD

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  4. Hilton14.7.10

    Ficou sabendo da nova edição das traduções de Baudelaire feitas pelo poeta Guilherme de Almeida? Flores das Flores do Mal, ed. 34.

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  5. Eu tenho a edição antiga das Flores das Flores do Mal, que saiu há tempos pela Ediouro. Esse trabalho do Guilherme de Almeida, em minha opinião, é uma das mais primorosas realizações de tradução poética já feitas no Brasil; beira a perfeição. Abraço,

    CD

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  6. Hilton15.7.10

    Você acha que Yeats foi mais importante do que Eliot? Estou lendo as poesias completas de Eliot. Acabei de ler The Waste Land.

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  7. Hilton, prefiro não fazer esse tipo de comparação entre dois grandes poetas. Leia Eliot, de preferência, em inglês, ele foi mal traduzido no Brasil (e não conheço nenhuma boa tradução que tenha saído, por exemplo, em Portugal; se alguém souber, por favor, me avise). Ah braços,

    CD

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  8. Anônimo16.7.10

    Claro que é sempre melhor ler no original. Mas ainda assim eis uma excelente tradução de T.S. Eliot com uma excelente introdução ( cerca de 17 páginas ): " Terra sem vida " , Edições ática, tradução e introdução de Maria Amélia Neto. E também " Ensaios de Doutrina Crítica ", Guimarães editores.

    Luís Costa

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