FORMIGA
Pequeno dragão
doméstico.
Cabeça grávida
de hibisco.
Rústico abdome-
cogumelo.
Escava o incerto
dos dias,
para a trilha
vertical
de farelo,
fúria e folhas.
Carrega seus mortos
nas costas,
com precisa
geometria
de fábrica
fúnebre.
CABEÇAS DE FORMIGA
Como este breve sentimento de decomposição, falanges
à maneira do escuro.
Linha tênue de folhas recortadas
e cabeças
de formiga.
Pétalas roxas,
um tipo de bolor.
Passos escuros
no jardim.
Ritmos podres
de cadela.
Fumo branco,
idéias pesadas
e algo que se desdobra no espaço
curvo
em aromas
de tantálico
negrume.
— Nenhuma música, ali; nada além da carne
dos cogumelos
e seu escarro.
(Do livro Figuras Metálicas, de Claudio Daniel. São Paulo: Perspectiva, 2005)
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
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Adoro; o primeiro, então, é genial.
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