sexta-feira, 13 de novembro de 2009

BATMAN E ROBIN DE VOLTA A GOTHAM CITY

Conheci Frederico Barbosa no final da década de 90, quando publiquei o meu segundo livro de poesia, Yumê. Na época, descobrimos várias afinidades, como o cinema e o jazz. Conversávamos muito sobre a poesia brasileira contemporânea, e desse diálogo surgiu o projeto de uma antologia, Na Virada do Século: Poesia de Invenção no Brasil, que foi publicada em 2002, pela Landy. Este foi o início de uma longa parceria. Quando ele assumiu a direção da Casa das Rosas, em 2004, eu e a Clenir demos os primeiros cursos nesse espaço cultural, que hoje é uma referência não apenas no Brasil, mas também no exterior, como um centro dedicado à difusão da poesia. Realizei inúmeros eventos na Casa das Rosas, como os encontros internacionais Kantoluanda, Galáxia Barroca, e participei de outros, como o I Simpoesia e o Mar Aberto, este organizado por Horácio Costa. Como vocês já perceberam, a minha amizade com Frederico Barbosa sempre esteve ligada ao trabalho apaixonado pela divulgação da poesia brasileira; nunca fomos tomar chá na casa um do outro, nem beber cerveja ou jogar sinuca em algum boteco (nada contra essas práticas) porque sempre estivemos envolvidos em projetos que ocupam boa parte de nosso tempo e pensamentos (ou seja, de nossas vidas). Para ele, e para mim, a poesia é algo visceral; é o ar que nós respiramos. Claro que, como é inevitável nas relações humanas, nem tudo são rosas, e por vezes há trovões e tempestades: tivemos uma ruptura que durou exatos dez meses, em que ficamos sem falar um com o outro, por discordarmos em algumas questões. Houve erros e excessos de parte a parte. Nossos amigos ficaram tristes, perplexos, alguns indignados, já que eramos chamados de “A dupla dinâmica da poesia brasileira” (eu dizia que ele era o Robin, e ele dizia que era eu). Depois, com o passar do tempo, a raiva foi cedendo vez à sinceridade do coração: carajo, durante quase dez anos fomos amigos e parceiros, fizemos tantas coisas juntos, por que esse embate agora? Por fim caiu a ficha, e hoje, finalmente, fizemos as pazes. Recuperei um irmão mais velho que eu não via há muito tempo. É uma sensação única, essa de recuperar o tempo perdido, desfazer os mal-entendidos e restabelecer a amizade com alguém que respeitamos por seu caráter, generosidade e ações.

Enfim, é isso. Batman e Robin estão de volta a Gotham City.

Podem avisar o Coringa e o Duas-Caras!

5 comentários:

  1. Ótima notícia, Claudio. De verdade.
    Ambos são figuras raras!

    Boa temporada nessa cidade turbulenta!

    Abraços.

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  2. Estou muito feliz com isso tudo entre vcs! Um bj!

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  3. Anônimo13.11.09

    As notícias correm, e fiquei sabendo dos problemas... Mas realmente estava esperando essa notícia excelente, parabéns aos dois! Afinal, há muito ainda pra se fazer nessa guerrilha, no ambiente poético, sem falar da questão interpessoal... Abração! nícollas

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  4. Anônimo13.11.09

    Putz, e eu só fico sabendo dos événements quando são passado. Nesse caso, ainda bem!
    bj
    Andréa

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  5. Anônimo13.11.09

    puxa, bela notícia, prova que uma sexta- feira 13 pode ser melhor do que se pensa.

    beijo!

    Micheliny

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