segunda-feira, 19 de abril de 2010

POEMAS DE NORMA COLE


CORRENTEZA

Há uma sombra sobre a cidade
a luz, como sempre evidenciando e apagando

Diga apenas que
sonha incêndios toda
noite suavizando toda
página que colapsa da

garganta falando
numa série
de medidas no
meio do deserto

a vida perfeita
numa série
de gestos medidos
um convite para

ver o mundo
de uma ponte
que queima na
noite seguinte


SUMOUD

Uma vez vi uma noiva andando na areia…
– JEAN SAID MAKDISI, Beirut Fragments

Pó sobre as reguas . Um ferreiro batendo numa bigorna. Ensaio da situação da cidade.

A ideia era não partir. Fios do meu cabelo colados no seu rosto, um interior ultracompacto com áreas de água fresca no fundo. Escrever era dar significado, concentração poderia significar resistência.

Um estranho para mim, ele derramou a própria bebida. Vi como um sinal. Minha vila foi apagada do mapa.

Alguém atravessa a rua perto do porto. Depois da viagem, pão quente com tomilho e azeite de oliva.

Desfaz as regras do jogo, a linha verde que é o cruzamento. As crianças estão amarradas às camas para não pisarem no vidro estilhaçado com os pés descalços.

Devolve a informação, um campo de nós coloridos. Sumários em lugar algum. Escolha ou a ilusão da escolha. A boa notícia, ele não ficará cego.

Traduções: Flávia Rocha

(Leia mais poemas de Norma Cole na edição de maio da Zunái.)

2 comentários:

  1. Norma Cole (born May 12, 1945) is a contemporary American poet, visual artist, and frequent translator from the French. A member of the circle of poets around Robert Duncan in the '80s, and a fellow traveler of San Francisco's language poets, Cole is also allied with contemporary French poets.

    A Canadian by birth, Norma Cole received both undergraduate (Modern Languages: French and Italian) and graduate (MA in French, 1967) degrees from the University of Toronto.

    She moved to France in time to absorb the revolutionary atmosphere of the May '68 general strike, but returned to Toronto in the early '70s before she migrated to San Francisco in 1977, where she has lived ever since.[2] Upon her arrival to the Bay Area, Cole got a job in the public school system, but it was through her association with New College of California that she met her core community of poets, including Robert Duncan, Michael Palmer, David Levi Strauss, Susan Thackrey, Aaron Shurin, and Laura Moriarty. However she continued to spend time in France, and her association with French poets has been crucial to her work. Important French connections have included Claude Royet-Journoud, Emmanuel Hocquard, and Joseph Simas, who published her first book, Mace Hill Remap. [3]

    Norma Cole is the recipient of the Gerbode Poetry Prize and a grant from the Fund for Poetry. In 2006 she was awarded a grant from the Foundation for Contemporary Arts Grants to Artists Award. "The Poetics of Vertigo" --- delivered as the 1998 "George Oppen Memorial Lecture"--- won the Robert D. Richardson Non-Fiction Award. With Boston photographer Ben E. Watkins she won the Purchase Award for the photo/text collaboration, "They Flatter Almost Recognize".

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  2. Um convite para ver o mundo de uma ponte que queima no dia seguinte é sempre irresistível. Lindo!

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