sábado, 27 de julho de 2013

EU CONFESSO


Anarcofascistas queimam bandeiras do Brasil e de São Paulo em ato de vandalismo ontem, na Avenida Paulista.  


Nasci em 1962, durante o curto governo democrático de João Goulart; dois anos depois, acontece o golpe militar, e em 1968 é promulgado o AI-5 (um dos autores do ato institucional foi o general Lira Tavares, que mais tarde seria eleito para a Academia Brasileira de Letras, por causa de um volume de versos que assinou com o pseudônimo de Adelita). Eu tinha 16 anos de idade quando começaram as greves operárias no ABC paulista, desafiando a ditadura militar e os patrões. O resultado político dessas greves foi o enfraquecimento do regime, a "abertura" política e o surgimento de novos partido, como o PT -- Partido dos Trabalhadores -- criado por Lula e outros sindicalistas que lideraram as greves no ABC. Os estudantes, na época (eu estudava Jornalismo na Cásper Líbero, depois fiz Filosofia, na USP) apoiavam maciçamente o PT, assim como a maioria dos intelectuais de esquerda e setores da Igreja Católica ligados à Teologia da Libertação e lideranças rurais que estavam surgindo, e que mais tarde formaram o MST -- Movimento dos Sem Terra. A resistência à ditadura militar aconteceu também na forma da luta armada, como na região do Araguaia, liderada pelo Partido Comunista do Brasil -- PC do B -- e em movimentos contra a carestia. Em 1982, aconteceram eleições diretas para governador, e a oposição venceu na maioria dos estados; dois anos depois, surgiram as grandes manifestações por Eleições Diretas-Já, que levaram milhões de brasileiros às ruas. Eu estava lá, como militante (na época) do PT, em todos os comícios, colaborava nas greves e manifestações estudantis. A campanha das diretas não atingiu seu objetivo, mas o regime foi derrotado nas ruas e no Colégio Eleitoral, que elegeu a chapa Tancredo Neves / José Sarney, representantes de setores da burguesia e da direita que tinham a estratégia de fazer uma transição "segura" para a democracia representativa, sem mudanças bruscas na ordem econômica. Em 1989, Lula é o candidato da Frente Brasil Popular (PT - PSB - PC do  para a presidência da república, com um programa socialista bastante avançado, mas é derrotado por Collor de Mello, com apoio ostensivo da Rede Globo e de TODA a mídia. Napoleão de manicômio, Collor confisca as poupanças da classe média brasileira (os milionários foram avisados antes) e inicia o programa neoliberal de privatizações e arrocho salarial, mas é derrotado pelas greves convocadas pela CUT -- Central Única dos Trabalhadores -- e por gigantescas passeatas convocadas pelo PT, PC do B e outros partidos de esquerda, que conseguem obter o impeachment do presidente no Congresso. Nos dez anos seguintes, Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, realiza a PRIVATARIA TUCANA -- leilões que ofereceram quase todas nossas empresas estatais ao capital estrangeiro a troco de banana, inclusive empresas lucrativas, como a Vale do Rio Doce, e estratégicas para a segurança nacional, como a Telebrás. Foi o maior crime já praticado contra o patrimônio do povo brasileiro (com generosas propinas que os tucanos depositaram em paraísos fiscais, com farta documentação a respeito no livro de Amaury Jr. O Judiciário brasileiro nunca investigou o caso e TODA a mídia fez de conta que o fato nunca existiu). É nesse contexto histórico que devemos pensar nos dez anos de governos progressistas de Lula e Dilma -- e na importância política de DEFENDERMOS Dilma, que simboliza 50 anos de enormes lutas da nação brasileira.

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