onde o amarelo
dá sentido ao vermelho:
esta é uma canção
de amor.
*
lábio (pétala)
submerge
em topázio-tigre,
até sangrar as ilhas
do desejo.
*
esfinge do espelho
ou cegueira:
(real) imaginária.
*
uma flor (a lebre), partículas do mundo nas retinas.
*
cada abelha sonha
uma rosa imantada.
*
violetas indagam
onde trópicos noturnos,
ritmos bruxos,
areias núbeis
de contato.
*
no avesso das pálpebras:
onde ver o porto
da viagem,
do mistério ao desatino.
Para Reginabhen, 2003/04
(Poema de Claudio Daniel, do livro Fera Bifronte. Bauru: Lumme, 2009)
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