terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

NOVOS POETAS BRASILEIROS (XXXII)


portal


Entre dentro
e fora

a dobradiça
do sonho

rústica
e quebrada

aguarda.


Liso

Deslizam
fugidios
córregos de desejo
entre os poros.

O beijo jorra
em cachoeira
contra o muro
no escuro.

O amor ansiado
é negro
branco
e amarelo.

Escorre,
na sombra
do dia.


Da Natureza II

Então eu,
e o ar

o compacto
pequeno e insignificante,
no incerto
espaço

o corpo começa nas fácias do crânio,
termina na planta dos pés
e ondula o infinito

ser é assim?


contorno

Tocar a coisa dói.
Toda vez que conto um segredo perco a pele.
É terrível.
As veias ficam expostas
a qualquer contato mais bruto
vazam,
transbordam.

Nessa hora é urgente um abraço.
O corpo do outro recolhe o derramamento
coloca tudo no lugar e
milagre,
faz a pele regenerar.

Mas tem que ser em silêncio.

Poemas de Lucila de Jesus.

2 comentários:

  1. Poesia de "prima"!
    Boa articulação - de quem sabe.

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  2. Celso Vegro15.2.12

    Prezado prof. Claudio Daniel
    Contorno é um poema espetacular. Declamado em voz alta parece faz arrepiar. Formidável!!!!

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