quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

NOVOS POETAS BRASILEIROS (XXVI)

com chiados-guinchos, silvos, e ríspidos miados de sax-tenor, um

free-jazzista gato barbieri, reproduz, não sem as sincopadas com-

panhias do contrabaixo e da bateria, toda a dissonância que — a

despeito do fim reprodutor — emana, — como se de atonal, van-

guardista sessão de improvisos, emanasse —, de um operístico et

félin ménage à trois, entre 1 macho e 2 fêmeas (barítono de bigo-

de, ele; contraltos de vibrissas, elas) — desafinado trio.


* * *

Cônico Colar

de Plástico — para

o Bichano, um Desmancha-

-Prazeres — como

que a Anular

o — Não pequeno —

Potencial enquanto Lixa

(Septuagésimo Sétimo

Grão) da Língua Gatal

que vive a deixar, de

Tanto Poli-la, uma

sua Informe Chaga, ou Ferida,

em (Felina) Carne Viva


* * *

Nudez de uma Lacuna na Mesclada Pelagem (Claroescura) do

Pequeno Felino — um Felis Cattus — que a Lambe a Lambe na

(Talvez) Vã Tentativa de — co’a Volátil Umidade de sua Saliva —

Vesti-la.


* * *

Fita-Virgem Deflorada

— Não sem Consentimento —

pelos Graves & Agudos de

uma Acusmática Gravação

d’um Indiscreto Disco de Vinil:

* * *

Aproximados Sessenta e

Nove Minutos de Algo ,—

Sons —, Muito Próximos

àqueles, pelas Cordas

Vocálicas e Em “Certas

Circunstâncias”, Não Omitidos:


Fabrício Slaviero, poeta, nasceu em Taboão da Serra (SP), onde reside, em 1982. Publicou poemas na revista Zunái.

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