segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

VOZES

Fala à sua carne;
ao de dentro.
Voz que ignora
sua música.
Nem um sol
violeta.
Cada nervo soa
em outra
medida de tempo.
Impele
a partituras de faca.
A cor do esterno,
silêncio de medula.
Lá fora, o sol
queima o magro
cinza da cadela.
O táxi pára, desce
um homem
de gravata amarela.
Alguém acende
um e outro cigarro.
E a soprano sueca
canta uma ária
de sucos gástricos.

1999

(Poema do livro A Sombra do Leopardo.)

3 comentários:

  1. A segunda edição do livro A Sombra do Leopardo pode ser encomendada junto à editora, pelo e-mail orpheu@editoramultifoco.com.br

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  2. Anônimo24.1.11

    Bom te ler, Claudio!

    Beijo.

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  3. Grato pela visita, Lara.

    Beso,

    Cld.

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