sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

PRISMA I

toda palavra / é um labirinto / (recrocita / corvo lunar), / (sub-reptício réptil / foge / entre folhas). / cristal negro, / búfalo negro,/ palavra enegrecida / em sons guturais, / espectros / de si mesmos. / flor de abril / acende música, / amarelo, / amarelo, / até lavoura / de fetos. / há uma anã / estrangulada / na rua aurora; /há um relógio de ponto / que só anda / para trás; / a dentadura / de clotilde; / o gosto amargo / do café. / tudo é / um cinema / mental, /pilhas de ossos- / palavras, /extintas praias, / labirinto / de cores / alteradas. / poema: / forma de ver / o escuro / que há no mundo / e em mim. / palavras caem / (fuligem),/ restos de canção: / ou abrir a porta: / entre seios / e rudimentos / de agrimensura, / entre o mistério / e um agudo / senso de beleza, / vago perfume / de papoulas, / até dessangrar / as pétalas / do canto. / nenhuma porta / (deslinde) / desatino;/ nenhuma / ou essa / que se fecha. / ou aquela, / qual,/ ou esta porta,/ este caminho,/ não há caminho./ restilo / de alvura / ou lanugem, / lúnula:/ peixes, / entre unhas.

2008
(Do livro Fera Bifronte)

5 comentários:

  1. Caro João, grato pelo comentário!

    ResponderExcluir
  2. olá poeta

    a quem lhe seguido tem
    esse conhecido mote
    se bem gostar adote
    a pratica bem convem

    o mote:

    o caralho de vocês
    é diferente do meu

    em meu blog tem glosas minhas e de auores conhecidos

    ResponderExcluir
  3. Janus bifronte voltado pra dentro e pra fora. em tempos de guerra abre-se e deixa entrar...

    a poesia é um campo de batalha que floresce em armas, e o poeta um ceifador que as colhe e pronto atira a matar de pasmo os viajantes incautos...

    texto inspirador.



    visite-me no Hipérbole [fotoalgia.blogspot.com]

    ResponderExcluir