quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

DESVIO

Farto já de tanta ambigüidade, flor excessiva, alfabeto cego

que se desdobra em vogais.

Peixe branco, gris ou amarelo

desgarrado de sua guelra,

no desvio das águas,

entre suposições, eufórico,

justaposto à inevitável precariedade.

À meia-noite,

desmanchar esqueletos

de anões,

é sempre a mesma música proliferante,

pautada nas ranhuras

da cervical.

Até dilatar os debruns coaxiais

da caixa craniana; sublime

é a arte do esquecimento.

2005

(Poema do livro Fera Bifronte)

Nenhum comentário:

Postar um comentário