quarta-feira, 23 de maio de 2012

UM POEMA DE MARCELI ANDRESA BECKER



arquear o corpo da mulher. música xilofonada em ossos: arcadas, fósseis. o sangue apaixonado a se espraiar pelos microcanais das tetas.

cabeça, o lustre absoluto. uma imensa copa cujos galhos se inclinam para o outro lado da noite: ouve-se o silêncio, o tônus secreto das línguas, como que varado por um fogo de patas, que bate casco. queima, fluído.

dizem, é o canto desentranhado, a delicada implosão do músculo da luz; dizem, é o amor, de repente, uma lira quadrúpede que se deixa tanger pelo crime, este crime lentamente masculino.

tudo canta por baixo dos testículos tombados.

Um comentário:

  1. Dá-lhe Mar. adoro isto "a delicada implosão do músculo da luz". e o resto. Valeu, Cláudio, bela escolha!

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