terça-feira, 25 de maio de 2010

O LIVRO DA CARNE

AO REVELAR PARA-SEMPRES

Cabe-me a tutela dos répteis
Entrelaçar aços e trigos
Percorrer tranças
E anelos sustenidos
Metamorfosear garatujas
(amor delineia esconderijos)
Palpebrar lábios
Sibilar madrugadas
Quando porém ceder.

VISÃO

Reconhecer o nada imerso no nada
O talhe branco no branco
A palavra escondida na palavra
A gota submersa no rio
Os contornos são a memória dos cegos.

(Poemas de O Livro da Carne, de Whisner Fraga. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2010.)

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