A terra chegou-me
até à garganta.
* * *
Agora, em silêncio,
espreito bem esta aldeia
que eu reinvento.
* * *
Tudo é divino e trágico,
saboreia-se o seu verbo
o leito do delírio, a sílaba.
* * *
Tudo sobrevém dos olhos
que dilaceram no centro.
O infindo sopro da lavra.
* * *
Sinto como a estrita cegueira
invoca o mais recôndito lugar
para que nada solidifique o medo…
* * *
como decifrar a ira do clarão
se é do eixo da luz que cego
e da soldadura que agora rezo?
(Leiam mais haicais de João Rasteiro na edição de maio da Zunái, saindo do forno.)
João Manuel Vilela Rasteiro (Ameal-Coimbra, 1965), Poeta e ensaísta, é membro da Associação Portuguesa de Escritores e do conselho de redação da revista Oficina de Poesia, delegado em Portugal da revista italiana Il Convivio e colaborador da revista colombiana Arquitrave. Tem poemas publicados em várias revistas e antologias em Portugal, Brasil, Colômbia, Itália e Espanha. Publicou, entre 2001 e 2005, os livros de poesia A Respiração das Vértebras, No Centro do Arco e Os Cílios Maternos.
ResponderExcluirVer: www.nocentrodoarco.blogspot.com
ResponderExcluire ainda: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Rasteiro
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Abraço Claudio,
joão
Os tantos textos sobre haicais me inspiraram alguns poemetos. :)
ResponderExcluirPaz e Luz