Entranhados no terror.
Estirados na terra.
Suas mãos terrosas.
Suas bocas aterradas.
Seus olhos, fundas covas.
Seus olhos, gritos óticos.
Abatidos como feras
pelos furiosos.
Abatidos como párias
pelos paranoicos.
Porque nascem da terra.
Porque vivem da terra.
Porque se multiplicam,
tumultuários, e sua voz
é a voz vermelha da terra.
Claudio Daniel, 2016
Poema
escrito em homenagem aos trabalhadores rurais sem terra assassinados em abril
de 2016 no Acampamento Dom Tomás Balduíno, no Paraná.
Penso que o poema, mesmo inacabado, está terminado. Não há o que se por dentro dele que não tenha sido dito pelo poeta. Belo!
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