quarta-feira, 11 de maio de 2016

HOJE ACONTECEU UM GOLPE DE ESTADO NO BRASIL


Hoje aconteceu um golpe de estado no Brasil.

Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), reeleita para a presidência do país em 2014 com 54 milhões de votos, foi afastada do cargo por um Congresso Nacional formado por uma maioria conservadora – proprietários rurais, banqueiros, especuladores financeiros, empresários, pastores evangélicos, fascistas, muitos deles envolvidos em processos de corrupção – sem ter cometido nenhum crime, num processo ilegal e ilegítimo que na prática revoga a Constituição, a democracia e o estado de direito no Brasil.

O “argumento” utilizado pelos partidos de direita – PMDB, PSDB e seus aliados, com apoio de juízes fascistas e de uma imprensa controlada por apenas seis famílias – para o afastamento de Dilma Rousseff  foram as alegadas “pedaladas fiscais” – a utilização de recursos dos bancos e empresas públicas para o financiamento de programas sociais que, nos últimos treze anos de governos democrático-populares de Lula e Dilma, foram responsáveis por tirar 30 milhões de brasileiros da situação de miséria absoluta, fato reconhecido pela ONU e muito incômodo para as elites brasileiras, que preferem manter a maioria da população brasileira na pobreza. As supostas “pedaladas” não caracterizam corrupção ou desvio de recursos públicos e foram praticadas também por governos anteriores, e inclusive por estados governados pelo PSDB, como é o caso de São Paulo, com Geraldo Alckmin.

Por que as elites odeiam Lula e Dilma?

Porque em treze anos eles construíram 18 universidades federais (o governo anterior, do neoliberal Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, não construiu NENHUMA), 400 escolas técnicas do Pronatec, aplicaram 10% do PIB e 75% dos royalties do pré-sal na educação e 25% na saúde, criaram programas como o Prouni, FIES e Ciência sem Fronteiras, que beneficiaram o acesso de estudantes pobres e negros aos cursos universitários. O programa Bolsa-Família garante hoje a segurança alimentar de 40 milhões de brasileiros. O Mais Médicos contratou 18 mil médicos brasileiros e estrangeiros para atenderem a população nas regiões mais carentes do país, beneficiando cerca de 50 milhões de pessoas.  O programa Minha Casa Minha Vida, por sua vez, entregou cerca de 1,5 milhão de unidades habitacionais a trabalhadores de baixa renda.  O Farmácia Popular, por sua vez, garante a distribuição gratuita de medicamentos à população. O governo golpista de Michel Temer anunciou a redução ou cancelamento desses programas sociais, com a provável privatização dos bancos públicos.

Lula pagou nossa dívida junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) já em seu primeiro mandato, e desde então essa instituição não monitora mais a nossa economia, impondo medidas recessivas e privatistas. As empresas estatais como a Petrobrás foram mantidas sob controle do estado brasileiro e o salário mínimo, que era de US$ 50,00 na época de FHC, hoje é de US$ 200,00.  Lula e Dilma mantiveram as leis trabalhistas e investiram em programas de reforma agrária. O governo golpista de Michel Temer deve submeter novamente o Brasil ao controle do FMI, arrochar os salários, privatizar a Petrobrás, entregar nosso petróleo e pré-sal para as companhias norte-americanas, e “flexibilizar” a legislação trabalhista, impondo a terceirização, o que na prática significa o fim da legislação trabalhista e o crescimento do desemprego.  

Lula recusou o ingresso do Brasil na ALCA proposta por George Bush. Michel Temer deve fazer o Brasil ingressar na “Aliança do Pacífico”, área de “livre comércio” com a participação dos Estados Unidos, Colômbia, Chile e Peru, o que na prática significará o sucateamento da indústria nacional, que não terá condições de competir com a indústria norte-americana. Lula e Dilma promoveram a integração e cooperação com os países latino-americanos, por meio de instituições como o Mercosul, a Unasul e a Celac, e aproximaram o Brasil da Rússia, China, Índia e África do Sul – os BRICs --, pensando em uma nova ordem política internacional, multipolar. Michel Temer deve recolocar o Brasil na área de influência norte-americana, o que fica explícito com a indicação de José Serra, do PSDB, para o Ministério das Relações Exteriores. Nos governos Lula e Dilma, o Brasil apoiou a luta do povo palestino por sua autodeterminação e condenou as agressões norte-americanas no Oriente Médio. Michel Temer deve apoiar a política sionista do Estado criminoso de Israel e apoiar as ações assassinas da OTAN.

Após destruir o Oriente Médio, os EUA voltam as suas garras agora para a América Latina, com o objetivo de destruir os governos progressistas da Venezuela, Bolívia, Equador. Uruguai, Cuba e Nicarágua, para a recolonização do continente, com apoio das elites locais, que nunca tiveram o projeto de construção da democracia ou mesmo de um desenvolvimento capitalista soberano. Elas se contentam com os lucros fáceis do mercado financeiro, pouco se importando com soberania, direitos humanos e distribuição de renda.

O Brasil tem hoje um governo ilegal e ilegítimo, de forte viés autoritário, e os movimentos sociais e partidos de esquerda colocarão na ordem do dia a desobediência civil.

Neste momento, é muito importante a solidariedade internacional ao povo brasileiro. Que o Mercosul, a Unasul, a Celac e outras instituições internacionais aprovem sanções diplomáticas e econômicas ao governo golpista! Que os países latino-americanos retirem os seus embaixadores do Brasil! Que a Rússia e a China se pronunciem, condenado o golpe de estado!

#ForaTemer


#JáTemLuta

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