PORQUE A HORA É VIOLENTA
Porque
a hora é violenta e tudo esmaga, abrir cabeças 
de
serpente.
Há o
verde sonoro 
de
metais;
há o
roxo 
da flor
cujo
nome 
ignoramos.
Dedos
rugem 
escura
perplexidade; 
arcos
rebentam 
bicos 
de
pássaro. 
Sou
anfíbio, 
e calo 
o que
me apavora. 
Onde
viajar outros dias possíveis? 
Como 
extirpar
essa
desolação? 
Eis o
inevitável
campo 
de
batalha;
eis a
letra inverossímil, vermelho 
decapita
amarelo.
Sinceramente,
confesso
meu
pesar:
quando
ponteiros corroem pulsos,  
povoar 
mandíbulas
para
corvos.
A hora
é violenta e o medo em escamas
arranha
a pele 
da voz.
Explodir
palavras-de-argila; 
degolar
leões
de
pedra 
(ignotos);
mutilar
a
escura epiderme,
em chuva 
azul-
de-agonia.
Tudo
por um 
nada
soando
crânios e trompetes,
cortando
(súbito)
o
branco-
cinza
da
manhã.
— Sri
Baghavan uvaca:
Yam hi na
vyathayanty ete
purusam 
purusarsabha
sama-duhkha-sukham dhiram
so
‘mrtavaya 
kalpate.
2002


Maravilha de poema Claudio.
ResponderExcluirRevela a dor de um povo e as milhares de mortes em nome da indústria armamentista e o petróleo