Para Claude Monet
lago de azul-opiário-azul-equinócio
azul 
mais azulino azul //
azul não azul-ferrete
azul não azul-da prússia
azul em tons 
de turquesa-azul 
(azul em tons 
de malaquita-azul)
nas folhas de galhos
inclinados 
nas folhas de galhos
desmanchados 
em explosões de azul //
nenúfares, borrões 
de azul-azul //
nas pupilas do inseto
que vê: ninfeias, ninfas 
e nuvens 
em borrões de rosa 
e azul 
em borrões de branco 
e azul //
moças sentadas no barco 
são moças de água
moças-flores tingidas
do mais profundo azul //
olhos, folhas, barcos e
flores
em nuances de cor
olhos, barcos, folhas e
flores
refletidos nas pupilas
do mais profundo azul //
(líquida pantera
subaquática 
irrompe súbito na tela) //
tudo que existe afinal 
são múltiplas variações cromáticas
do mais profundo azul.
Poema inédito de Claudio
Daniel, 2024


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