NO ÉDEN
peça
a ela que se desnude
começa
pelos cílios
segue-se
ao arame dos
utensílios
diários
(insônia
alinhavando-se
de
tiros,
a infância seus disfarces)
é
preciso
que
se arranque toda a face
deixar
que os olhos descansem
lado
a lado com os sapatos
na
camurça oscilante
de
um quarto
isso,
se quer (sequer desconfia)
tocar
o que se fia (um par
de
presas, topázios)
entre
os vãos das costelas
abra
o fecho ela desfecha
no
escuro o quadrante onde vaza
a
luz e suas arestas
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