Para Reynaldo Jimènez
Tão imensamente tudo
(ou
quase).
Amor (é)
onde
cérberos
devoram
cérberos:
flores
brancas (da lua)
apodrecem
(em jade)
sombras
de mono-
carvoeiros.
Seria talvez
canção:
firula ou nada:
(apodrecem
em jade)
(mordem a
si
mesmos)
flores brancas (da lua)
enquanto
um anão
(albino)
come palavras
num
banco
de jardim:
come
aparina
clívia
prímula
flange
calicanto
e outras palavras
fúteis.
(Seria talvez
canção?)
Um cadáver
foi ao banco
(flores brancas)
(da lua)
(apodrecem
em jade)
e pediu
duas vezes
a mesma
esmola.
Ratos democratas
mordem ratos
republicanos
numa piscina
de merda
(seria canção?)
enquanto
mono-carvoeiros
fodem (com fúria)
numa árvore
e não há mais nada
a dizer.
Poema inédito de Claudio Daniel, 2024.
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