terça-feira, 25 de setembro de 2012

UM POEMA DE MÁH LUPORINI



ESTANTES

I

A noite cantava em meus seios
Presos aos fios dourados
Do teu corpo violeta
Confissões blindadas
Á mesa do bar
Quando as putas
Com suas vestes de arcanjo
Driblaram o crepúsculo
No estaleiro da manhã
Despindo os beatos
Nos bigodes da aurora

II
Pêndulo dos corpos
Nossos risos se encontram
Na cômoda do tempo
Gravetos de lembranças
Rabiscadas no peito
Silêncio de linguagens
Na noite que me encolhe

III
Ensaio de outros eu
Na poltrona do meu ego
Esquentando as inquietações
Das horas


IV
Gozo vibrando
Solto pela pele
Vestindo os sinais
Do teu nome
Em meus lábios

V
Os poros calam
Aos lençóis da insônia

VI
Recolhemos as palavras
Debaixo do ventre casto
Da tua carne

 Máh Luporini é poeta  e editora do jornal "O Grito Cultural"

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