sábado, 3 de dezembro de 2011

ESQUELETOS DO NUNCA (VIII)



LIRISMO

Só acredito na ferocidade do corpo, na música epidérmica, quando você me desnasce.

(Apócrifo de Restiff de la Bretonne)


NO RESTAURANTE AZUL

Autópsia de uma saudade: máscaras japonesas, delicadas taças de laca, olhos que se afastam, aéreos, até se tornarem palavras.

(03/12/2011)


ENIGMA

“É preciso me amar até os ossos.” Com a intensidade da cremalheira, com o silêncio de um enigma que nunca se completa.

(Delfos, era mítica)


DE UM MANUSCRITO APÓCRIFO DE CÉSAR VALLEJO

Você não acredita sinceramente no silêncio da madeira, na fala dos ocos. Impossível decifrar a violência do amor: teu olho, minha carne, relógios, pêlos púbicos, realidade feita de líquidos e alarme.

(Textos apócrifos de poetas célebres, 1974)

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