quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ESQUELETOS DO NUNCA (VII)

CONFISSÃO

No apodrecer de mim, caranguejos copulam em minhas órbitas.

(Mademoiselle Mélancolie)


PALAVRA INCÓGNITA

I

Replicando cacos, desentranhado, com fome de lobo: indecifra-me, desatina-me, desvirtua-me, desacerta-me, escurece-me, ilumina-me.

II

Aracnídea, tantaliza-me.

(Do Pequeno Tratado de Intertextualidade)


RIMBAUD, MON FRÈRE

“Oisive jeunesse / A tout asservie / Par délicatesse / J’ai perdu ma vie”. O comércio na Abissínia foi um esplendido disfarce para o retorno ao anonimato.

(Madame Désolation)


LA ISLA

Pianos em toda parte. A ilha é tão musical. Lezama Lima contava os fragmentos da noite, enquanto Minerva definia o mar. Que viva Cuba, hombre!

(Havana Sobrenatural)


AL-NAKBA

Feras aladas relincham, relincham (oh filha de Jerusalém!), enquanto se espalham cabeças.

(Ethos, 2007)

Um comentário:

  1. Claudio,
    Muito legal acompanhar aqui o Esqueletos do Nunca. Soluções muito legais para textos curtos. E tem me ajudado a pensar meu exercício de escrita também.

    Um abraço!

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