quinta-feira, 12 de março de 2009

UM POEMA DE MÁRCIO-ANDRÉ

PEIXE-FALHA

eis um gólem de merda ou de arame
אמת
no anticorpo da pedra
o dúctil da pedra

todo caos é provisório
polpa pra formar cabeças
umbigo-plexo no eixo do sol
autômato
peixe-falhante-d-estrelas
a cidade assentada na base da montanha como
um brinquedo de deus
de arame ou de merda – cidade-gólem
escrita ao contrário
as sete mil patas de rua no coração do câncer

e o cão sonhando a canidade
ou os homens
a nomear quantidades cada vez maiores

os dentes da barata são macios e
acariciam a pele
dormir como quem acorda –
parcialmente morto ou
morto
מת


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