segunda-feira, 30 de março de 2009
DOIS POEMAS DE WINNER CHIU
MACAU
Os cais de Macau
são
lama podre
faiscando
coágulos:
a vida
arrastada entre
o osso
e as poças —
a madrugada que cai
os olhos
da lua
exilados
no peito
EM HONG KONG
Em Hong Kong
A asa de uma abelha se estancou.
Vultos irreconhecíveis,
Marés e ribanceiras cortaram os nós...
As mãos
são troncos da noite
perfurando as caixas.
Em Hong Konga luz quase morre
névoa assustada
homem que treme na incapacidade
Em Hong Kong
somos todos a mesma criatura
animal fresco e rançoso
sem notícias do amanhã.
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