FIVE POEMS ABOUT POETRY /
CINCO POEMAS SOBRE POESIA
1.
THE GESTURE
The question is: how does one hold an apple
Who likes apples
Who likes apples
And how does one handle
Filth? The question is
Filth? The question is
How does one hold something
In the mind which he intends
In the mind which he intends
To grasp and how does the salesman
Hold a bauble he intends
Hold a bauble he intends
To sell? The question is
When will there not be a hundred
When will there not be a hundred
Poets who mistake that gesture
For a style.
For a style.
O GESTO
A questão é: como alguém pega uma
maçã
Alguém que gosta de maçãs
Alguém que gosta de maçãs
E como alguém manuseia
Imundície? A questão é:
Imundície? A questão é:
Como alguém pega algo
Na mente que pretende
Na mente que pretende
Segurar e como o vendedor
Pega o troço que ele tenciona
Pega o troço que ele tenciona
Vender? A questão é
Quando não mais haverá uma centena
Quando não mais haverá uma centena
De poetas que confundem esse gesto
Com estilo.
Com estilo.
2.
THAT LAND
Sing like a bird at the open
Sky, but no bird
Is a man-
Like the grip
Of the Roman hand
On his shoulder, the certainties
Of the Roman hand
On his shoulder, the certainties
Of place
And of time
And of time
Held him, I think
With the pain and the casual horror
Of the iron and may have left
No hope of doubt
With the pain and the casual horror
Of the iron and may have left
No hope of doubt
Whereas we have won doubt
Form the iron itself
Form the iron itself
And hope in death. So that
If a man lived forever he would outlive
Hope. I imagine the open sky
If a man lived forever he would outlive
Hope. I imagine the open sky
Over Gethsemane ,
Surely it was this sky.
Surely it was this sky.
2.
AQUELA TERRA
Aberto, mas nenhuma ave
É homem-
Como a pressão
Da romana mão
No ombro dele, as certezas
Da romana mão
No ombro dele, as certezas
De lugar
E de tempo
E de tempo
Mantinham-no, acho
Em dor, no temor fortuito
Do ferro e pode não ter deixado
Nenhuma esperança de dúvida
Em dor, no temor fortuito
Do ferro e pode não ter deixado
Nenhuma esperança de dúvida
Ali onde conquistamos dúvida
Do próprio ferro
Do próprio ferro
E esperança, e morte. Assim que
Se um homem vivesse para sempre sobreviveria
À esperança. Imagino o céu aberto
À esperança. Imagino o céu aberto
Sobre Getsêmani,
Por certo era este céu.
Por certo era este céu.
3.
THE LITLLE HOLE
The little hole in the eye
Williams called it, the little hole
Williams called it, the little hole
Has exposed us naked
To the world
To the world
And will not close.
Blankly the world
Looks in
Looks in
And we compose
Colors
Colors
And the sense
Of home
And there are those
And there are those
In it so violent
And so alone
And so alone
They cannot rest.
A PEQUENA COVA
A pequena cova no olho
Williams assim a chamou, a pequena cova
Williams assim a chamou, a pequena cova
Nos expôs nus
Ao mundo
Ao mundo
E não se fechará.
Lacunarmente o mundo
Observa
Lacunarmente o mundo
Observa
E compomos
Cores
Cores
E um senso
De casa
E nela há aqueles
E nela há aqueles
Tão violentos e sozinhos
Que não podem descansar.
PAROUSIA
Impossible to doubt the world: it can be seen
And because it is irrevocable
And because it is irrevocable
It cannot be understood, and I believe that fact is lethal
And man may find his catastrophe,
His Millennium of obsession.
air moving.
a stone on a stone
something balanced momentarily, in time might the lion
His Millennium of obsession.
air moving.
a stone on a stone
something balanced momentarily, in time might the lion
lie down in the forest, less fierce
and solitary
and solitary
than the world, the walls
of whose future may stand forever.
of whose future may stand forever.
4.
PAROUSIA
Impossível duvidar do mundo: ele
pode ser visto
E porque é irrevogável
E porque é irrevogável
Não pode ser entendido, e creio
que esse fato é letal
E o homem talvez possa achar sua
catástrofe,
Seu Milênio de obsessão.
ar movente,
Seu Milênio de obsessão.
ar movente,
a pedra na pedra,
algo equilibrado momentaneamente, a tempo o leão
algo equilibrado momentaneamente, a tempo o leão
Pode espojar-se na floresta, menos
feroz
E sozinho
E sozinho
Que o mundo, os muros
Cujos futuros podem firmar-se para sempre.
Cujos futuros podem firmar-se para sempre.
5.
FROM VIRGIL
I, says the buzzard,
I-
Mind
Has evolved
Too long
Too long
If 'life is a search
For advantage.'
For advantage.'
'At whose behest
does the mind think?' Art
Also is not good
Also is not good
For us
Unless like the fool
Unless like the fool
Persisting
In his folly
In his folly
It may rescue us
As only the true
As only the true
Might rescue us, gathered
In the smallest corners
In the smallest corners
Of man's triumph. Parve
puer. 'Begin,
O small boy,
To be born;
On whom his parents have not smiled
No good thinks worthy of his table,
No goddess of her bed'
No goddess of her bed'
5.
De Virgílio
Eu, disse o bútio,
Eu-
Eu-
A mente
Se tem desdobrado
Demais
Demais
Se 'vida é busca
de vantagem.'
'Às expensas de quem
A mente pensa?' Também
A mente pensa?' Também
A arte não é boa
Para a gente
Para a gente
Salvo se como o tolo
Persistindo em sua insânia
Persistindo em sua insânia
Ela puder nos resgatar
Como só a verdade
Como só a verdade
Pode, reunidos
Na mais reles esquina
Na mais reles esquina
Do triunfo humano. Parve Puer... 'Começa
Ah petiz,
A nascer,
A nascer,
E teus pais não te sorriram
Nenhuma coisa digna de tua mesa,
Nenhuma deusa de teu leito.
Nenhuma deusa de teu leito.
*
Traduções: Ruy Vasconcelos.
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