SOBRE A QUESTÃO DO SHOW DE CAETANO E GIL
EM ISRAEL: algumas pessoas acreditam que eles têm o direito de se apresentar
lá, e que qualquer crítica a essa apresentação seria "patrulha
ideológica". O que estas pessoas pensariam se Caetano e Gil se apresentassem
na Africa do Sul, na época do apartheid, ou na Alemanha Nazista, na década de
1930? "São situações diferentes", dirão alguns. Será mesmo? Na
Alemanha Nazista, o critério de cidadania era racial: apenas "arianos
puros" eram cidadãos plenos. Em
Israel, é exatamente assim: apenas judeus étnicos, filhos de mãe judia, têm
direito à cidadania plena. Os chamados "árabes israelenses", que
descendem dos habitantes originários da região, não têm os mesmos direitos
sociais, políticos e trabalhistas que os judeus -- aliás, imigrantes EUROPEUS, caucasianos, que nada têm com a região além de remoto vínculo religioso (em 1920, apenas 5% dos habitantes da Palestina eram judeus, contra 95% de palestinos cristãos e muçulmanos). Israel é um "estado
étnico", assim como foi a Alemanha Nazista. Assim como Hitler buscava o
"espaço vital" (lebensraum), ocupando territórios na Europa para colonização,
Israel, após tomar as terras dos palestinos, ocupou vastas regiões da Síria,
Líbano, Egito, Jordânia. Israel é o único país do mundo que não tem fronteiras
definidas, para garantir o sonho (pesadelo?) da "Grande Israel" (Eretz
Israel), que ocuparia extensões do Nilo ao Eufrates. Hitler confinou os judeus
em guetos; Israel confinou os palestinos em bantustões em Gaza e Cisjordânia,
que são imensas prisões a céu aberto, cercados por muros e forte presença
militar. Para criar o estado artificial de Israel, 750 mil palestinos foram
expulsos de suas terras e impedidos de voltarem a suas casas e terras (hoje,
são cinco milhões de palestinos vivendo no exílio). Hitler matou milhões de
judeus nas câmaras de gás. Israel mata palestinos e libaneses com armas
proibidas pela legislação internacional, como bombas de fragmentação e de
fósforo branco, além de apoiar, com armas e dinheiro, o Estado Islâmico, que
promove a destruição do Iraque e da Síria, onde mais de cem mil pessoas
morreram nessa guerra sionista. Qualquer palestino pode ser preso sem acusação
prévia nem direito a advogado de defesa por tempo indeterminado, inclusive
mulheres e crianças menores de dez anos de idade, submetidas a torturas físicas
e psicológicas. Famílias acusadas de cumplicidade com a resistência -- com ou
sem provas -- têm as suas casas demolidas e suas propriedades roubadas. Israel
é um estado fora-da-lei e fazer vistas grossas a isso não é ignorância, nem
ingenuidade de Caetano e Gil: é indiferença ao sofrimento do povo palestino e
eles merecem, sim, ser condenados moralmente por seus atos.
quarta-feira, 1 de julho de 2015
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