domingo, 9 de agosto de 2015

QUAL TIPO?


CONFISSÕES INCONFESSÁVEIS: eu já ouvi, de três amigos queridos, a mesma frase, que, confesso, deixou-me surpreso: "você gosta de um único tipo de poesia". Sempre tive vontade de responder, perguntando: QUAL TIPO? A Poesia Concreta? O Simbolismo francês? O Barroco espanhol? O Neobarroco latino-americano? O Cubofuturismo russo? Os "metafísicos" ingleses? O haicai japonês da Era Tokugawa? O Modernismo brasileiro dos anos 20-30? O Surrealismo? O Dadaísmo? O Expressionismo? Os românticos ingleses e alemães? A Poesia Experimental Portuguesa? A poesia grega e romana clássica? Os orikis africanos? Os sijôs coreanos? A poesia chinesa clássica coletada por Confúcio? Parodiando a frase acusatória, eu NÃO GOSTO de um único tipo de poesia: aquela que é mal escrita, seja incensada -- ou não -- pela Inimigo Rumor / Modos de Usar a Mídia & Co. E antes que me perguntem, respondo já: poesia mal escrita é aquela que não tem consciência de linguagem e não sabe utilizar as técnicas poéticas -- qualquer técnica -- para realizar com eficiência o seu propósito (apenas para efeito de comparação, Glauco Mattoso é eficiente na utilização do soneto, porque além de dominar as técnicas de versificação clássica, também sabe transgredi-las com inteligência. Outra coisa é alguém se aventurar a escrever sonetos sem antes aprender métrica. O mesmo princípio vale para poemas visuais, haicais, poesia do cotidiano ou qualquer outra modalidade poética.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário