IV
QUETZALCÓATL
Neste 16 de Agosto os pardais derramam
plumas sobre lagartixas. Em meu jardim
anuncia o deus o seu regresso.
XVI
LA STORIA
Um alvéolo sonha a árvore;
o ponto-que-desliza, o aleph.
A identidade é imitação.
XX
THE PLUMED SERPENT
Plumas sobre lagartixas, you’ve said? descem elipses,
caminham helicoidais?se fundem no espaçotempo entre azáleas, bananeiras? No jardim,
Tabu vira delicioso Totem. Na Coisa, Frisson Nouveau petrifica o
observador e observado.
XXXIII
TEBAIDA
paredes em branco, jejum às sextas, Auto-Transportes Silêncio
LTDA., carvão de néon, baobás-bonsai, MILS-Minist. da Implant. de Lantej.
Subcutân., dunasinvadem o meio da paisagem sobre lagoas forradas de
caramujos, luz azul
XXXIV
LOS BIGOTES DE
MALLARMÉ
ônix de Tiffany’s, timbre mudo, pesado veludo sobre a
representação, fios de prata nas fraldas do rideau, voz de fundo, entr’acte,desce a cortina sobre os lábios, sinais dançantes no
panejamento, OM.
XLVII
PONTO EUXINO
negra mina, uma segunda pele veste-me a tua presença, ao
bisonte íbis jaguarque sós ocupavam a tela dos sonhos a procissão me leva a teu
negrumr,move-se tão lentamente como deito-me no divã, mar negro, mar
eterno, vem
(COSTA, Horácio. O livro dos fracta. São Paulo: Iluminuras, 1990)
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