terça-feira, 30 de outubro de 2012

POEMAS DE GOTTFRIED BENN (I)



 FLORZINHA

Um afogado carregador de cervejas foi fincado sobre a mesa.
Alguém havia entalado uma sécia de lilás claro-escuro
entre seus dentes.
Quando recortei fundo
desde o peito
língua e palatino
com uma longa faca,
devo tê-la empurrado, pois escorregou
para o cérebro, que estava ao lado.
Enfiei-a na cavidade torácica
entre os fios
que o costuravam.
Embeba-se no seu vaso!
descanse em paz,
florzinha!

 Tradução: Claudia Cavalcanti

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