PARDA, PRETA, PINTADA
“mecê pensa que ela é muitas,
ela tá virando outras” (Guimarães Rosa)
fala do nada com isso:
o coisa nenhuma
ronco no oco do
bicho choque que
se transmite se
a mão (em sonho ou viso
de intenção) caminha
do fio-veloso-das-costas
ao mastro do rabo
em riste
fala que fala consigo
à roda
iauaretê, meu tio? não-nunca
que delírio se instrui no
lume do corisco
pintada ei palavra vis
lumbre na greda
e o rastro: areia
que desaba
ao peso, sempre,
das patas
(Poema de Claudia Roquette-Pinto, do livro Saxífraga. Rio de Janeiro: Salamandra, 1993.)
terça-feira, 25 de agosto de 2009
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... íris lexical...
ResponderExcluirTenho acompanhado a carreira dela apanhando um poema aqui, um livro ali. Continuo a gostar, da poesia e da evolução dessa poesia. Foi uma boa lembrança, amigo Cláudio.
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