quarta-feira, 8 de julho de 2009

DITADURA CHINESA REPRIME OS UIGURES












Soldados chineses reprimem com violência as manifestações de protesto dos uigures na região de Xinjiang, num conflito que já matou mais de 150 pessoas. Este é o maior ato de resistência contra o regime totalitário chinês desde a ocupação da praça Tianamem pelos estudantes, em 1989. Segundo o noticiário do Último Segundo, do portal IG, “em Urumqi, a capital da província de Xinjiang, dezenas de milhares de soldados saíram às ruas para patrulhar a cidade depois que militares de outras regiões se uniram aos mais de 20 mil combatentes que estão na localidade desde domingo. No bairro uigur de Urumqi, vários estabelecimentos muçulmanos amanheceram destruídos e as mesquitas locais não abriram. Segundo os moradores, a região foi atacada ontem por entre 200 e 2 mil chineses da etnia han. Pelo menos quatro uigures teriam morrido nos confrontos”.

A região de Xinjiang foi ocupada pelo império chinês no século XIX. Os seus habitantes originários, muçulmanos de idioma turco, nada têm a ver com a cultura chinesa (assim como o Tibete, ocupado em 1950 e submetido a um genocídio que vitimou mais de um milhão de pessoas, além da destruição de riquezas naturais e monumentos históricos). Para tentar eliminar a resistência da população, o governo chinês realizou uma “limpeza étnica” e enviou milhares de colonos para a região, de maneira que hoje os uigures são minoria em sua própria nação. Apesar disso, os uigures continuam pleiteando o direito à sua autonomia política e cultural, o que é visto pela ditadura chinesa como “movimento separatista contra-revolucionário” e clichês do gênero.

Segundo a reportagem do Último Segundo, “o líder do Partido Comunista (PCCh) em Xinjiang, Li Zhi, afirmou hoje que os detidos nos protestos de domingo, mais de 1,4 mil, sofrerão punições de todos os tipos, inclusive execuções”. Certamente, não haverá condenação oficial da ONU, pois a China faz parte do Conselho de Segurança da organização, é uma das maiores economias do planeta, tem população de um bilhão de pessoas e dispõe de arsenal nuclear. Obama vai ficar quieto, ou no máximo fazer alguma “condenação” diplomática, sem qualquer iniciativa de embargo econômico ou pressão política (ao contrário do que faz com a Coréia do Norte ou o Irã, por exemplo). Os intelectuais, no entanto, podem e devem protestar. Aliás, eles têm a obrigação moral de fazer isto.

Um comentário:

  1. pablo11.7.09

    “movimento separatista contra-revolucionário”... cacilds!... tsc tsc

    me lembrou um ensaio do Enzensberger, 'Para uma teoria da traição'. "Se não estiverem de acordo conosco, serão traidores, basta não estarem de acordo" e similares: é assim que o governo chinês e alguns outros pensam.

    Abraço!

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