domingo, 20 de outubro de 2013

BREVE NOTA SOBRE VASKO POPA



Vasko Popa (Grébenatz, 1922 -- Belgrado,  1991) foi um dos mais representativos poetas da ex-Iugoslávia (formada pela Sérvia, Croácia, Eslovênia, Macedônia, Montenegro e Bósnia-Herzegóvina, até a dissolução do país, em 2003). A juventude do poeta foi marcada pela vivência da II Guerra Mundial – ele chegou a ser confinado em um campo de concentração em 1943, por sua oposição ao fascismo – e depois pela experiência da construção socialista. Foi o editor responsável pela publicação de Ficciones, de Jorge Luís Borges, na Iugoslávia – uma das primeiras publicações da obra do autor argentino na Europa.  Em 1975, conhece Octavio Paz na Cidade do México, participando de uma mesa redonda com o autor mexicano, Elizabeth Bishop, Álvaro Mutis e Joseph Brodsky, transmitida pela televisão. Vasko Popa também manteve diálogo intelectual com Haroldo de Campos e sua obra mereceu a admiração de autores de língua portuguesa como Sophia de Mello Breyner Andresen e Antônio Ramos Rosa, que o traduziu em Portugal. A obra de Vasko Popa consta de oito livros de poemas e está traduzida em pelo menos dezenove idiomas. Sua poesia, próxima ao cubofuturismo russo de Maiakovski, explora a fala coloquial, mas é concisa, áspera, elíptica, sem rimas nem sinais de pontuação, com imagens raras e inusitadas, ironia e humor negro; alguns críticos comparam a alegoria e o non sense de seus poemas à literatura de Kafka e Beckett (podemos pensar em Ionesco, especialmente na série Osso a osso). Seus poemas são agrupados em séries temáticas (animais, plantas etc.) que fazem alusões simbólicas à violência e ao absurdo da condição humana. No Brasil, foi publicada uma antologia de Vasko Popa, intitulada Osso a osso (São Paulo: Perspectiva, 1989), com seleção, tradução e notas de Aleksander Jovanovic. O livro foi incluído na coleção Signos, dirigida por Haroldo de Campos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário