domingo, 21 de julho de 2013

UM POEMA DE CHIU YI CHIH


TRANSCURSO


próximo aos estiletes de fogo que cospem lâminas finíssimas de chumbo ou avançando por detrás da escaramuça das algas insufladas pelas lascas eufóricas tal como o transístor das risadas coléricas precipitando-se às melodias de ondas incestuosas num revolutear de cristas incontáveis a contrair os minutos através das emanações de uma escada quase ovalada à espera de que todos os seres com aquelas flatulências possam se esgueirar acima dos estuques de gesso onde os fungos das trêmulas ancas se desatrelam com as lagartas de línguas enrubescidas embora nem sempre as lamentações de um cadáver insepulto se mantenham à distância dos edifícios esquálidos de certas plenitudes irreais enquanto assim um semi-animal humano parece estar rastejando nos lábios do cimento adormecido durante a sua translação para além das bifurcações de outras ferrovias que vão se perfilando às cegas sobre as reminiscências das válvulas da matilha atacada pelas fossas de um velho armazém como se apenas as suas mandíbulas inferiores pudessem se rejuvenescer com a plumagem dos túmulos e as cordilheiras de uma faísca submersa

(Leiam mais poemas de Chiu Yi Chih na edição de agosto da Zunái.)

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