Há um louco solto na rua.
(Os
livros dos uigures foram escritos para serem esquecidos.)
Um policial pede os seus documentos.
(Há
três ou quatro especialistas em língua suméria.)
O louco entrega-lhe um tijolo.
(Uma
tribo na Ásia Central escreve seus livros sagrados nos ventres de mulheres-anãs.)
O policial fica furioso porque queria um
sapato.
(Poucos
são capazes de ler as mensagens ocultas no interior das nozes.)
Eles começam a discutir e logo aparece uma
mulher gorda que entra na confusão.
(Sobre
o que conversam as abelhas?)
O louco declara o seu amor pelos
incêndios.
(Nuvens
serão letras de um alfabeto cabalístico?)
O policial é apaixonado por boxeadores e
telepatas.
(Os melhores poemas ainda não foram escritos,
disse para mim um asceta tuaregue.)
A mulher gorda ataca o louco com a sola de
um sapato.
(Quem
conhece um grande romancista da Lituânia?)
O cinegrafista do Grande Telejornal filma
todo o episódio para exibir no horário nobre.
(Há
indícios de vogais e consoantes em teus pequenos lábios.)
Logo
surgem legiões de publicitários, jornaleiros e vendedores de apólices de
seguros e tem início uma pancadaria.
(Um
miniaturista persa escreveu um longo poema épico numa pena de faisão.)
FIM.
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