A Plenária Nacional dos Movimentos Populares por Mais Democracia, Mais Direitos e Combate à Corrupção aconteceu hoje, terça-feira, a partir das 18h, na quadra do Sindicato dos Bancários, na rua Tabatinguera, em São Paulo. Estiveram presentes cerca de 2 mil pessoas, entre militantes e dirigentes dos movimentos sindical, estudantil e popular, incluindo representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Movimento dos Sem-Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), União da Juventude Socialista (UJS), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido da Causa Operária (PCO), Partido Comunista Marxista-Leninista (PCML), Cebrapaz, entidades de mulheres, negros e trabalhadores sem teto. Os temas principais abordados pelos oradores foram a defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff e da democracia, contra a articulação golpista orquestrada pela mídia e pelos tucanos, o combate à corrupção, sem criminalizar as empresas públicas e a engenharia nacional, a necessidade da reforma política, da regulamentação da mídia e a defesa da Petrobrás e das conquistas sociais obtidas pelos trabalhadores nos últimos treze anos de governos democráticos e populares. Bebel, representante da Apeoesp, iniciou os discursos informando que 70% dos professores da rede pública estadual estão hoje em greve por melhores salários e condições de ensino, por uma educação pública de qualidade, lembrando que o desgovernador tucano Geraldo Alckmin (P$DB) fechou nada menos que 3.390 salas de aula em todo o estado, levando à superlotação das escolas, sem condições mínimas de trabalho – hoje faltam desde papel higiênico até pasta de dentes nas unidades de ensino.
Altamiro
Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, destacou a
necessidade da regulamentação dos meios de comunicação, monopolizados por
apenas seis famílias, que constituem hoje um sério risco para a democracia no
Brasil, “inculcando o ódio fascista na sociedade brasileira”. Conclamou também
a militância a ocupar as redes sociais, divulgando os blogues e sites
progressistas, como contraposição à influência da mídia hegemônica, e recordou
que no dia 26 de abril, quando a Rede Globo completará 50 anos, haverá uma
“descomemoração” em todo o país, realizado pelos movimentos sociais, sendo
saudado pelos presentes com o coro: “O povo não é bobo, fora a Rede Globo!”.
Renato
Rabelo, presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), lembrou as
semelhanças entre o atual movimento golpista – que acontece no Brasil,
Argentina e Venezuela – e aquele articulado pelos setores reacionários em 1964
e conclamou a unidade da esquerda e de todos os setores democráticos em defesa
do mandato de Dilma e da democracia, bem como a necessidade do fim do
financiamento empresarial das campanhas políticas, como medida necessária para
o combate eficaz à corrupção.
Rui Falcão,
presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), reforçou o apelo para a
formação de uma ampla frente democrática em defesa do mandato de Dilma e
anunciou que a bancada do PT apresentou dois projetos no Congresso Nacional: um
para a tributação das grandes fortunas e outro que garanta o direito de
resposta nos meios de comunicação, considerando que “não existe projeto de
Brasil sem reforma tributária, sem reforma agrária e sem a regulamentação da
mídia”.
Victoria
Barros, presidente da União Nacional dos Estudantes, recordou as lutas
históricas dos estudantes brasileiros na campanha do “Petróleo é nosso” e na
defesa do mandato de João Goulart e deixou claro que a juventude está ao lado
do povo brasileiro na defesa dos direitos sociais obtidos com Lula e Dilma. Gilmar, representando
o Movimento dos Sem-Terra (MST), afirmou em seu discurso que “não haverá golpe
neste país sem resistência de massas nas ruas”, porque “os movimentos sociais
não formaram covardes”, sendo bastante aplaudido pela militância.
Luís Inácio
Lula da Silva, em seu discurso de encerramento, comparou as manchetes dos
jornais durante os seus oito anos de governo com as manchetes publicadas hoje
na mídia, mostrando que o conteúdo é o mesmo, porém, hoje com muito mais
agressividade. Segundo Lula, a burguesia não perdoa a redução das desigualdades
e a ascensão social obtidas pelas camadas mais pobres da população nos últimos
treze anos e usa a corrupção para manipular a opinião pública, condenando
previamente os acusados nos jornais, antes mesmo da apuração dos fatos e do
devido processo legal, com amplo direito de defesa. “As elites estão fomentando
a luta de classes de cima para baixo”, declarou, porém, “ninguém mexerá nas
conquistas do povo brasileiro que elegeu um operário e depois uma mulher para a
presidência da república”.
No final do
ato, foi apresentado o calendário de lutas dos movimentos sociais: no dia 01 de
abril, atos pelo fim da Rede Globo em todo o país; em 07 de abril, Dia Nacional
de Lutas, com mobilização da militância em frente ao Congresso Nacional contra
a votação da PL 4330, relativa à terceirização do trabalho, e contra as medidas
provisórias 664 e 665; e em Primeiro de Maio, Dia Mundial dos Trabalhadores, a
realização de atos unificados reunindo as centrais sindicais, entidades de mulheres
e da juventude com o lema da defesa da democracia e dos direitos dos
trabalhadores.
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