terça-feira, 8 de maio de 2012

UM POEMA DE ADEMIR ASSUNÇÃO

 

CAVALO


eu não sei qual Iansã
qual Oxalá qual Oxalufã qual Iemanjá
me manda mensagens no meio da noite
garrafas quebradas, retalhos de naufrágios
miragens escuras das profundezas do mar

não sei por que me escolheram cavalo
dessas musas tumultuosas

só cumpro minha sina
em São Paulo, Paris ou na Abissínia
erigindo pirâmides com câmaras cavernosas
que mais noite ou menos dia
vão se espalhar pelos quatro ventos
da Via Láctea em combustão
numa vertigem de bruma e poeira de estrelas

e depois disso só restará o amor
luzindo na pele de uma mulher
que ainda se lembrará de mim
antes do instante do sim

(Poema do livro A Voz do Ventríloquo. São Paulo: editora Edith, 2012)

3 comentários:

  1. É um grande poeta - admirável!

    (Sugiro tirar aqui no seu blogue a digitação desse negócio - acho que - "verificação de palavras". Mas é só sugestão.)

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  2. Bardo, desculpe-me, mas não entendi... copíei esse poema do blog do Ademir, ESPELUNCA, onde foi publicado originalmente.

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  3. Não é acerca do poema. Trata-se dos códigos (várias letras) que temos que digitar para enviar o comentário. No meu entender isso é desnecessário e gasta-se tempo para tal.
    Quanto ao Ademir e a você, só tenho elogios.

    Agradeço!


    O lance é mais ou menos assim:

    Prove que você não é um robô

    louncia Erwinu

    Digite as duas palavras:

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