terça-feira, 8 de maio de 2012

POEMAS DE NINA RIZZI


CECILIANA

escorre o óleo do mundo – lima
de rícino, refino

mínima grama ou toda
canteiro, fecundo

a poesia é de quem
precisa, disse o carteiro

lhe ria, além a lama
ternas de exílio e poda

te revisito, o mundo – olha
entre as pernas


BACHIANA EM DOIS MOVIMENTOS PRA VILLA-LOBOS

já volto, vou me inexistir

no peito, aquela coisa de moer cana.


PEDRITA NUMA NOTA

adoro quando ela, afogada, acorda pra me ler


OUTRA CANTATA PRA DEPOIS DO NUNCA MAIS

como poderia esquecer?

caixa de ressonância acústica, vibro:
suas palavras andam de bicicleta por meus ecos e umbigo.

(Do livro Tambores pra n’zinga. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, Selo Orpheu, 2012)

2 comentários:

  1. ...amo ler Nina!Parabéns pela bela escolha, Bardo!!E parabéns a Poeta Nina, em seu niver hoje, 18 de junho!!!

    ResponderExcluir