quarta-feira, 17 de junho de 2009

UM POEMA DE BRUNO PRADO

A morte, longe —

a carne podre dentre a fúria insaciável,
o esboço do fogo desenhando a noite;
inscrevendo um perfume sobre meu corpo

as máscaras,
visto-as;
o tirso — na mão ante a viagem

a vertigem;
a violência da noite

ofereço o corpo a ti Διώνυσος —
minhas presas de leopardo

o sopro do precipício
o sono precipitado — inatingível

(do pó ao pó)
meu perdão, Manco Capac
na ida voltarei — amém!

em algum canto
serei palavra e fúria

um rascunho, um asco
um espasmo

obscuro

Um comentário:

  1. É um belo poema, Clau.
    Entre o profano e o sagrado. Evoé!

    Bisous

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