domingo, 21 de junho de 2009

EQUILÍBRIO E TRANSFORMAÇÃO

Afastar a grama à procura da serpente, Fênix estende as asas, Vento curva as folhas de lótus, Cavalo celeste galopando no céu, Macaco branco oferece frutas, Vento varre a flor de pessegueiro. Estes são os nomes de alguns dos 54 movimentos da Espada de Tai Chi, arte marcial chinesa que remonta à dinastia Sung (960 – 279 d.C.).

Conforme escreveu o mestre Liu Chih Ming, “a simplicidade de seus movimentos contém uma extrema sutileza e magia. A leveza e a agilidade de seus movimentos resultam num bailado gracioso e belo, no entanto, se utilizados como arte marcial, podem se transformar em movimentos poderosos e firmes. Além disso, a prática da Espada de Tai Chi tem grandes efeitos terapêuticos".

"A Espada de Tai Chi tem sua raiz no Tai Chi Chuan, sendo a espada uma extensão do corpo. Na prática da Espada de Tai Chi, o domínio não se consegue só com a mão, mas sim com todo o corpo. A magia do movimento está no fato de que a extensão guia a energia, e esta por sua vez guia o corpo. Nesta prática pode-se chegar a um estágio elevado onde ocorre a união da espada com o ser; a espada adquire vida e passa a fazer parte do corpo e, por fim, não são os movimentos da espada que acompanham os do corpo, e sim o corpo que acompanha a espada”.

Eu pratico o Tai Chi Chuan há oito anos, e há cerca de um ano e meio comecei a praticar espada com a professora Laís Wollner, discípula do mestre Liu Pai Lin, que introduziu muitas artes taoístas no Brasil, na década de 1970. Confesso que hoje essa prática é essencial em minha vida: o treino da suavidade com firmeza, da agilidade com tranquilidade, da técnica com espontaneidade, do equilíbrio com a capacidade de transformação é algo que procuro incorporar a todas as minhas ações, inclusive a criação poética.

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