domingo, 22 de fevereiro de 2009

POEMAS DE DANIELA OSVALD RAMOS

DO CADERNO V

não me interessa mais a dor
não nem a ferida amarela com
bordas vermelhas nós na mesma
corda que ascende em torno da
imagem fluida palavras estão
antes

*
ascende em espiral em torno
da imagem central nós da mesma
corda bordas em momentos distintos

*

Acender a corda botar fogo
do primeiro ao último andar
um caminho amarelo vermelho
delicado em álcool fino

*
Consciente do peso
sobre a mesa sob o corpo

conceda-me esta trança
senhor o toque é bom
entra por baixo
sai no escanteio

*
A grafia está correta, pode
botar tudo que está molhado e
úmido no túnel hermético fechado
calêndula dentro confere menos dor
a esta relação

*
não estou aqui para pornografias
seios a descoberto e tudo isso
apaga tudo afinal quem somos nós
nada pó branco na madrugada

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