segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

DOIS POEMAS DE ANA MARIA RAMIRO



ERUPÇÃO

O
toque
rarefato,

primeiro feixe sobre
a retina

interiores despertos
por signos voláteis

surda infusão, perceber
o branco, fragmentá-lo
em faces

sorrateiro e túrgido, um seio,
um veio de ouro, um braço
corre feito cavalo insone

libélulas arfam

incongruências, gravar o magma
em imóveis andores,
lapidar os escombros

para que, altaneira,
a folha paire ilesa
e se vista de orvalho.


ECDISE

no deserto da pele

um nome singular é
invocado, ignora estirpe,
molda uma nova
forma (escama)

ruínas córneas se ar-
rastam

o trajeto (bifurcado) separa pedro
de pedra, pretere
paternidades

no deserto da pele (sinuosa)

uma jóia desliza
nua

(Do livro inédito Fronteiras da pele, de Ana Maria Ramiro, a sair pela Lumme Editor, no Selo Caixa Preta.)

2 comentários:

  1. Anônimo18.2.09

    Já estava mais do que na hora...
    Viva!!!

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  2. Adorei os poemas. Dê um beijo nela por mim, por favor.

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