quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

DOIS POEMAS DE VIRNA TEIXEIRA

CONVERSA

entre sombras de
árvores, a noite

relva, onde
pesadas as
palavras

desabam, como
frutos

pequenas equimoses
sob as
polpas.


* * *

Eu estou morrendo, ele disse.

O lápis verde escorrendo sob as pálpebras.

O que é ilusão nas horas transitórias.

Neste barco náufrago, atrás desta murada.

My little boy. Do what you want.

Os vultos na pista da dança. A música do Depeche Mode.

A fila interminável do banheiro sujo.

Uma cortina vermelha. Lá fora túneis, automóveis.

As manhãs também.

Empalidecem.

(Poemas do livro Distância. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005.)

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