quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

UM POEMA DE EDUARDO JORGE

FUNÂMBULO COMO SE ELÁSTICO

2

fina linha era
sobre a cidade: cabelo-fio

equilíbrio (a partir
do ponto zero do esforço:

móbile aéreo fluirá
a cor — algo entre
bolchevique e bodisatva

dautonismo milênio este

phoros — luz ou buzina
algo entre som e sentido:
o espaço na lona, silente
elástico:

o fio deixado, do cabelo
a diante passava fino e cego,
como o branco, o opaco
destes olhos.

(Poema de Eduardo Jorge, publicado no livro Espaçaria. Lumme Editor, 2007.)

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